Bloqueada

quarta-feira, 4 de agosto de 2010 |

Não sei o que anda acontecendo, mas estou bloqueada (poeticamente?). O fato é que não consigo mais escrever. Não como antes, quando sentava na frente do pc e vinha um post inteiro, de uma vez. Na última tentativa, comecei com uma parte de uma música, coloquei um pedaço de outra, tudo meio sem nexo, e adivinha? Não consegui redigir o post até o fim. Fui fazer um depoimento pro meu amor, com o pouquinho de inspiração que me restava.

Acontece que hoje, eu li um post do blog da Nylla e fui comentar lá, de tão lindo que tava. Acabei inspirada pelo tema do post dela, e resolvi fazer um pra mim. Mesmo que eu acabe não falando das mesmas coisas, mas meus receios são muito parecidos com os dela.

Ela comenta que não sabe qual é seu sonho concreto, diferente de todo o mundo ao redor. Eu, de um jeito ou de outro, me encontro com o mesmo dilema. O meu amor mesmo, é sempre cheio de planos pro futuro "vou trabalhar no Instituto Rio Branco", "vou dar aula na UnB", "vou ser embaixador da França (ou da Inglaterra!)", "vou ser diplomata". Eu o admiro, mas não consigo pensar igual. Às vezes, me sinto bem não sabendo muito bem o que vai acontecer. Poxa vida, afinal de contas, estou tão nova! Pra quê saber exatamente o que vai me acontecer daqui pra frente? Eu gosto um pouco do desconhecido, do frio na barriga.

Eu escolhi meu curso (Letras - Português) inicialmente, por um desejo de trabalhar numa editora (não importava muito com o quê, desde que fosse nesse ambiente que eu considero fascinante, cheio de coisas interessantes com o que trabalhar). E agora, quando vejo o meu amor planejando mil coisas pro seu curso, ou os amigos dele todos sabendo exatamente o que querem fazer depois de formados, eu me pergunto se o meu plano não ficou um pouco vago, sem graça. Afinal de contas: trabalhar numa editora? Isso lá é sonho que se preze? Ninguém sonha com uma coisa tão besta. Certo? Aí é que tá: eu não sei.

Não sei também se quero me formar com dupla habilitação em inglês (coisa que eu amo estudar, muito mesmo!), ou se me formo com dupla habilitação em bacharelado/licenciatura. Não sei se quero fazer pesquisas na área de Linguística (outra coisa fascinante, linda! *-*) ou aprofundar estudos de gramática. Não sei se quero dar aula, afterall, ou viver de uma coisa diferente. O fato é que eu não sei muito de muita coisa. Mas sei que quero estudar, concluir o curso pelo prazer de estudar minhas línguas lindas. Meu português amado e admirado. Meu inglês perfeito, que por acaso concluirei nesse semestre, se tudo der certo (yn). Meu francês capenga, que pretende ascender um dia, se as escolas me permitirem isso. E, quem sabe eu não crio coragem e começo a estudar Italiano, Alemão ou Japonês? Essas três línguas estão começando agora, no Centro de Línguas da Asa Sul, para onde eu posso ir, quem sabe, no próximo semestre.

Afinal, qual é a graça de viver se você já souber qual é o programa completo? E toda a parte de correr riscos, tentar, adivinhar? Eu tô disposta também, a sonhar um pouco mais, viajar um pouco mais. Inclusive, viajar literalmente também está nos meus sonhos. Londres, sonho mais almejado. Agora também Orlando, Parque do Harry Potter, que quero muito muito visitar. Mas quero conhecer mais o meu Brasil, também. Praticamente me limito a São Paulo, Brasília. Fui à Bahia, pra me cansar deles, e a Porto Alegre, pra morrer de frio. A BH, quando era pequena, pra me lembrar vagamente do prédio onde morava minha tia, e da rua que levava à escola da minha prima. Mas quantas coisas ainda não conheço? Quantas experiências ainda posso ter? E sem saber tudo de antemão, vivendo um pouco no risco, no medo. Faz bem também, sentir um pouco de adrenalina.

Disse Shakespeare (se é que foi Shakespeare mesmo, mas é um desses textos que correm pela Internet, com a assinatura de Shakespeare nele): nunca diga a uma criança que sonhos são bobagens. Poucas coisas são tão cruéis, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Portanto, a vida é feita pra se sonhar, também. Se não for por isso, qual é a nossa motivação? Estou certa de que existem outras coisas pelas quais se viver, também. Mas sonhar deixa sempre a vida mais emocionante, com uma pontadinha de romance que faz bem pro coração.

Eu sonho em casar com o meu amor, ter um par de gêmeas de primeira, morar numa casa linda, com jardins. Receber meus 300 irmãos e primos nas férias, fazer muita bagunça junto. Antes disso, eu queria morar numa república, com mais 10 amigos, todos metidos à adultos, mas nem tanto. São todas coisas que vêm à minha cabeça, mas que de um jeito ou de outro, eu sei que não são muito possíveis. Mas elas permanecem: ora mais quentes, ora mais frias, mas sempre ali. Quem sabe um dia não terei tempo pra elas? Quem sabe não?
Só o que eu sei é que não sei de mais nada. E pra mim tá bom assim :)

2 comentários:

Nylla disse...

Ahhhh que fofo amiga! Se preocupa não que editoras são importantes! Trabalhar nelas, então! Uma honra! Imagina o que seria de nós, se não fosse a existência da literatura? Pois então! Fique firme.

Nylla disse...

Ah é! Então, agente vai pro parque HP juntas!