Ironia

segunda-feira, 19 de outubro de 2009 |

é engraçado como sempre se usou a expressão 'cego de amor' e eu nunca realmente pensei sobre ela. nunca achei que seria assim, tão simples de ser enganada por mim mesma. é engraçado como eu acabo me vendo apunhalada nas costas pela pessoa mais próxima, em quem eu mais confiava, que eu mais amava. amava, pff. como se eu tivesse deixado de amar, né. é engraçado o tanto que dói, quando eu percebo que não enxerguei o quanto estava me deixando levar pelas coisas. como mudei tanto sem perceber? como deixei tudo isso acontecer? como deixei o meu 'eu' se perder no caminho?

quem diria que um grande amor faria isso comigo. logo eu, que apesar de gostar e me entregar, sempre mantive os pés no chão e a cabeça erguida. sempre segui com meus princípios e minhas crenças. como faz pra parar essa dor? como faz pra curar a ferida? como faz pra parar de chorar?

e eu nem consigo acreditar em nada do que eu vejo, agora. nada faz sentido. nada mais é digno de confiança. com quem que eu falo pra fazer parar isso? eu não quero mais me sentir assim. largada, deixada, acabada. não quero mais me sentir culpada pelas coisas que não fiz. ou pelas coisas que deixei de fazer. não quero me sentir culpada por ser o que eu sou. eu não quero, eu não sou assim. não é justo.

eu nem sei mais o que eu quero fazer. nem sei se quero gritar ou me esconder num buraco. acho que eu queria era sumir, desaparecer. não ter que ouvir ninguém reclamando do que eu sou ou o que eu faço. não ter que mudar pra ser aceita, ou amada. eu queria ser livre. livre de preocupações, livre de julgamentos inadequados. só um julgamento é correto e só o dEle é que deveria valer. por que é que as pessoas tem que se meter a deuses? por que todo mundo tem que achar que sabe o que é melhor pro outro? o que é que alguém sabe que é bom pra mim? como acham que julgar e criticar, constantemente, podem servir de alguma coisa para o crescimento de uma pessoa?

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